terça-feira, 13 de setembro de 2016

Das certezas...

A você, a quem tantos textos deste blog foram dedicados e você nunca os leu.
A você, que causou tanta dor traduzida em palavras nestes textos esquecidos.
A você, que tanto me ensinou sobre o amor e sobre mim, fosse com o carinho ou com a indiferença.
A você, a quem eu não chamo mais de namorada,
te escrevo o ultimo texto.

Não tenho a menor certeza se deveria ter feito o que acabei de fazer. As lágrimas correm sem confirmar ou negar nada, evidenciam apenas o amor que existiu um dia. Quão curiosa essa sensação, me sentia tão indiferente algumas horas atrás. Na hora do vamos ver as coisas sempre são diferentes... Foi preciso me convencer de que aquilo era o certo, de que seria melhor para nós dois.

Realmente não sei quais os meus sentimentos por você, sei apenas que não são mais os mesmos de outrora. Tesão, carinho, afeto, dependência... Em que medida estão agora?
A única certeza que tenho neste momento é de que é preciso mudar. Algo não estava certo na minha vida e é preciso retirar o equilíbrio e me obrigar e me mover. Não faço idéia do que virá agora, se passarei meses pensando em você ou não. De um jeito ou de outro, quando você saiu por aquela porta hoje não foi como das outras vezes. Dessa vez você não vai me mandar uma mensagem para avisar que chegou bem e nem outra amanhã de manhã para me contar do trânsito que pegou. Não vou mais planejar surpresas de amor e nem perguntar como foi o seu dia. Acabaram-se as discussões para decidir onde jantar (na verdade, a ausência de discussão onde só queremos que o outro decida onde ir).

Nossa história terminou e não foi feliz para sempre. Foi feliz em alguns momentos, triste em outros, café morno em mais alguns. Agora, a única felicidade que resta é a certeza de que vivi um amor.

Fico por aqui, preciso jogar sua escova de dente fora...

terça-feira, 17 de maio de 2016

Da solidão...

A solidão é algo inerente à experiência humana. Sozinhos nascemos e sozinhos morremos. Durante a vida, contudo, é possível iludir-se. Nos amores, nas companhias, nas amizades e nas distrações. Vez por outra, contudo, a verdade nos cai irrefutável.
Não consigo dormir e me vejo sentado neste apartamento vazio tocando as mesmas músicas de sempre no violão. Abro a janela para ter a companhia da cidade. Me sinto sem forças e não sei o quanto valho. Não sei do que sou capaz. Não consigo dormir nem consigo acordar. Tampouco consigo me manter acordado e escrevo estas palavras apenas na esperança de conseguir descansar para poder enfrentar o dia que se avizinha, cada vez mais próximo com o passar das horas. Tenho vontade de fugir e abandonar tudo. Não suporto as expectativas sobre mim. A sensação de dever não-cumprido. A sensação de fracasso. A sensação de não poder dividir esse fracasso egoísta todo meu.
Nunca confiei muito nas pessoas, eu acho. Acho que tenho mais capacidade de confiar em estranhos, ou não publicaria coisas nesse blog. Sempre fui muito calado, não sei bem se para me defender ou por escolha. Provavelmente um pouco dos dois e escolhi me defender através do silencio. Aprendi a sofrer calado; essa coisa de dividir o sofrimento com os outros nunca fez muito sentido para mim, que sempre gostei de ficar sozinho. Lembro de brincar muito com amigos quando criança e progressivamente brincar cada vez mais sozinho. Acho que nunca me dei conta, mas, de fato, todas as minhas brincadeiras são realizadas sem companhia.
O outro é uma obrigação. Um dever. Uma necessidade, mais do que uma escolha. O foda é que o EU é o OUTRO. O sujeito é uma ilusão.
Frase. Frase. Frase. Frase.
Acho que perdi um pouco da fé em mim mesmo. Preciso de alguém que acredite em mim. Que me diga que eu consigo quando eu acho que não consigo. O pior é que esses alguéns existem, mas os sinto inacessíveis. Como dividir um sofrimento banal com alguém que sofre tanto por mim? Que arrisca tanto por mim? Qual o direito que eu tenho de importuná-la com minhas levianidades?
Enfim, sigo na angústia. Sustento o quanto posso, sublimo o quanto consigo.

Se não tenho voz, escrevo. Como sempre, o sofrimento é incalável.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Passado. Presente. Futuro?

Eis que a felicidade presente evidencia a tristeza do passado. Como um clarão repentino que me mostra o quão escuro era antes sem que eu me desse conta realmente. Tudo que há hoje é o que eu sempre quis por tanto tempo. Tanto, tanto tempo... (Qual a relação do tempo com o desejo?) Chega a ser cômico: a cada momento que me enfelicesse, me lembro de outro análogo que me entristece. Eu achava realmente que aquela era a sua forma de se relacionar. Que aquela era você. Bom, de fato era, mas eu não conseguia ver que outra poderia existir. Me surpreendo a cada gesto de carinho atualmente, e cada um deles mostra o quão possível você é - e o quão impossível era aquela relação. A cada novidade vejo que o passado não era a única opção. Não precisava ser daquela forma.
Uma raiva se constrói associada a esse familiar sentimento de não ser o bastante. Raiva de mim e de você, sinto muito. De mim por ter me permitido por tanto tempo ficar naque(ss)la situação, de você por ter jogado pacientemente o jogo. Por ter ganhado ele, talvez? Mas da minha paciência e do que foi visto e não foi dito, principalmente. E que se faz dizer agora, nas noites insones, calado jamais.

Produz. O indizível produz. Incalável.

Aperto no peito do caralho. Filho da puta inexplicável. Ansiedade. Nem sei como eu gostaria que tivesse sido a nossa história. Menos tortuosa, talvez? Mas estaríamos onde estamos? Gostaria tampouco de onde estaríamos? Incabível especular. Acho que devo agradecer, de lá pra cá, no entanto. Agradecer a todas as mulheres que me deram confiança. A todas aquelas que me mostraram meu valor. Amor, me desculpe, mas você em grande parte não foi uma delas. Talvez seja isso que doa mais, pois o inverso provavelmente sempre foi verdade...

A palavra é necessária.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Daquilo que fica...

Aprendizado



Acho que finalmente entendi:

Amei a ti por ser mais fácil
Mais fácil do que amar a mim


E agora cada vez mais entendo:

Você não me querer foi o começo
O começo d'eu gostar de mim


Creio que um dia entenderei:

Alguém não me querer não é o fim do mundo
Mas, se nem eu me quero, o mundo termina, enfim

quinta-feira, 26 de março de 2015

1:55 - 2:07

Como elaborar o que tivemos?
Como entender o que há agora? - Se é que há alguma coisa
Eu, pelo menos, já achava que não havia muito
Mas eis que eu não consigo dormir e a porra do seu nome não me sai da cabeça

Não faço ideia, honestamente, de quais meus sentimentos em relação a você
Muito menos - mas essa também não é nova - quais os seus em relação a mim

Sim, eu sei, já escrevi melhor
As palavras talvez rimassem outrora
Metáforas e metonímias, onde estão agora?

Não, eu não sei, já não escrevo há tempos
Estou farto de falar de amor e dor
Clichês de rima fácil e textos sem sabor

Que faço eu agora?
Peito apertado e coração derrotado
Insone e cansado
Refém do que não convém

Eis a metalinguagem: um texto sem forma, nem poema nem prosa e muito menos bem-feito. E, no entanto, aí está: de alguma estranha forma inexorável e insistente o maldito se fez surgir e persiste. Seríamos nós?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Do tempo...

Que dizer do tempo que já não tenha sido dito em outro momento? Este tempo que não para ou que nunca começou (como saberíamos?). De qualquer forma, me peguei hoje a pensar: que é o tempo? Paradoxalmente, me sinto preso em um momento que não passa e, para o meu desespero, no entanto, parece se acelerar cada vez mais depressa. Me sinto preso dentro de um trem a toda velocidade mas desconheço minha situação. Dentro do trem está tudo calmo e sereno mas do lado de fora o vento corta violentamente as suas ferragens. Para onde vai esse trem? Estaria em rota de colisão? Como pará-lo? Ou, mais importante, me parece, como assumir o controle do seu destino?

São 2 da manhã e uma tosse violenta não me deixa dormir. De fato, Heidegger estava certo: estamos em maior conexão com o tempo quando imersos no tédio.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Do porte de arma...

Segurança é produto de uma sociedade igualitária, mas do ponto de vista social e cultural. Não do bélico.