quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem Sentido

Se a felicidade não passa
de saúde e memória fraca,
E a beleza que brilha é
Diferente da que se quer,

Seríamos nós então felizes? Ou alegres?

E se a alegria vai e vem
E a beleza de julgamento carece,
Quem estaria certo?
Quem, então, está certo?

Assim, expressionistando
Assim, sem muito sentido
Assim, só mesmo tentando
Assim, me repetindo
Assim, tudo misturando
Assim, saindo do padrão
Assim, fazendo feio
Assim, sem nem ligar
Assim... Só de passagem

Há muito pesco respostas
But if fishing were easy
Não seria pescaria
It'd be called catching

Pois é, foda-se, às vezes a gente se cansa. De tudo...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Existe

um abismo entre o que a gente pensa e o que a gente sente e faz... Ainda bem.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MJ

Que permissão te dei, olhos castanhos,
para invadir assim meus pensamentos?
P'ra me distrair do mundo cinzento
E iludir este coração tacanho?

Pediste a quem licença, Mariana,
Para em minha mente tanto dançar?
E se palco não queres 'bandonar,
O que me resta a não ser aceitar?

O que queres com este jogo não sei
Sei somente o porquê dos versos vagos:
Dois olhos que se encontram sem lei

Um coração que em rimas afoga os estragos
Afinal, que poeta não gostaria de poder,
Em alguns humildes versos conquistar você?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Da burrice e do egoísmo ocultos...

O que acontece quando quem deveria ajudar atrapalha? Fode. Tudo.

Era uma vez um menino que vivia em uma terra onde as pessoas colecionavam pedras. As pedras brancas eram as mais bonitas, eles acreditavam. Quanto mais pálida e reluzente melhor. Existiam pedras por todos os lados, de todas as cores e tamanhos mas as que realmente valiam à pena estavam escondidas e eram necessários muitos anos de dedicação e estudo para que se encontrasse uma delas. Sim, claro, por vez ou outra alguns sortudos sempre achavam uma delas mas não se podia contar com isso.
A vida inteira o menino ouviu as pessoas dizerem que ele era muito inteligente e criativo. Não havia dúvidas de que ele conseguiria uma pedra das mais bonitas para que todos pudessem admirar com orgulho ou inveja. O menino então cresceu despreocupado; tinha tudo! Não cultivava inimigos e levava a vida com alegria, sonhava em viajar pelo mundo e conhecer muitas pessoas diferentes. "Oh, como é grande este mundo!" - Pensava ele. De fato, muito grande é o mundo. Inclusive, o menino até hoje cuida dos ferimentos em sua cabeça ganhos no dia em que este mundo tão bonito, diverso e cheio de pessoas interessantes caiu sem aviso prévio na sua cabeça. Num belo dia as pessoas da vila disseram que era chegada hora e que ele fosse buscar a sua pedra para que continuasse a usufruir dos privilégios da aldeia. "Vá, meu querido. Vá tranquilo, há de achar uma pedra muito bonita, tenho certeza. Lembre-se sempre que se você falhar não terá direito à brinquedos novos." - Disse sua mãe. "Vá, meu anjo, vá despreocupado. Não se preocupe que tudo há de dar certo. Deus vai te ajudar colocando uma pedra bem brilhante no seu caminho. Lembre-se somente que Deus não gosta de gente preguiçosa! Mas você é muito inteligente. Sim, sim, puxou aos pais! Um exemplo de menino." - Disse sua avó. "Te darei tudo! Navios para buscar pedras em terras distantes, cordas para escalar as montanhas mais altas, sim, sim! Não se preocupe, estarei sempre aqui para tudo que for necessário! Já posso ver, conseguirás a pedra mais brilhante já vista nas últimas dez gerações nestas terras. Sim, sim, não se preocupe, te darei também cavalos para cavalgar as distâncias e não há de ter medo. Sim, sim, vá tranquilo e despreocupado, estarei aqui torcendo." - Disse seu pai.
O menino partiu então. Nunca tinha pensado muito sobre isso mas não deveria ser tão difícil. Nunca foi de se preocupar e tudo havia dado certo até então, porque mudaria agora?
Coitado, percebeu que o mundo cheio de pessoas interessantes também é cheio de pessoas muito inteligentes. Percebeu que não era tão especial assim. Percebeu que era ordinário. Percebeu que seria muito muito difícil conseguir a sua pedra. Começou também a achar uma idiotice essas malditas pedras. "Pra que porra precisamos de uma pedra branca?" - Pensava ele. Tinha dificuldades em se concentrar em sua busca pois ela simplesmente não fazia sentido para ele. Ouvia a todo momento: "É assim mesmo, o jogo é assim, você tem que achar a pedra pra conseguir as coisas depois." Mas aquilo simplesmente parecia a quintessência da idiotice generalizada. O menino então percebeu que as pessoas estavam começando a ficar decepcionadas! Haviam dado tudo para que ele conseguisse sua pedra e ele simplesmente não conseguia se concentrar para que isso se realizasse. O menino então se vê perdido e, pior do que isso, abandonado. Abandonado? Riam todos. Você tem tudo! Todas as condições! "Não me volte sem essa pedra, moleque!". Ele tentava se concentrar mas não conseguia. As coisas começaram a girar e a se confundir e ele simplesmente não se importava mais. Mandou todos à merda e sentou e chorou. O menino não era mais inteligente, e, até mesmo um antigo hábito que costumava lhe dar prazer, já o dizem que não sabe fazer direito. Sentado, abraçando as canelas enquanto a testa suada escorregava nos joelhos, o menino chorou. Até hoje chora pensando que se crescer já é difícil, crescer sozinho é mais.





Texto vomitado de uma vez só, há algum tempo atrás.. Tava nos rascunhos há algum tempo, resolvi postar nem sei porque...