quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Não...

...importa onde você está, e sim para onde você está indo.

Longe de ser apenas mais um conselho qualquer de auto-ajuda.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mary

Tome, é seu. Por ti, bate.
Não repare nos remendos;
Por favor não o maltrate

Até hoje cato pedaços
Dos que o deixaram cair
Sem o menor embaraço

Não pretendia entregá-lo
Mas roubaste o coitado
Desde então sem intervalo
Em você tenho pensado

Se ainda tens dúvida, Mariana,
Quanto ao direito à propriedade,
Estude um pouco mais, com gana,
Ou leia abaixo a maior verdade

Eu te amo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Da idiotice da metalinguagem...

Por acaso você acha que os peixes se perguntam qual a função da água ou porque ela é azul?

A fuga em círculo é inevitável.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Do vestibular...

Numa mão o sonho
Na outra a vontade
Vou me equilibrando
Procurando a verdade

Sem saber direito
O que quero ao certo
Vou me pendurando;
Um circense cego

Muito a se fazer...
O tempo debocha
De mim, de você.
Na garganta o nó só arrocha...

"Vai que dá, fica tranquilo"
Vou sim. Sem neurose, sem grilo
Quero mais é que se foda,
Essa porra de vestibular

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Graffietzsche

"Na tua mente és rei. Mas da própria mente és escravo. É preciso renascer." - Graffiti da Barata Ribeiro, 827

"arder nas tuas próprias chamas, deverás querer; como pretenderias renovar-te, se antes não te tornasses cinzas." - Assim falou Zaratustra.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem Sentido

Se a felicidade não passa
de saúde e memória fraca,
E a beleza que brilha é
Diferente da que se quer,

Seríamos nós então felizes? Ou alegres?

E se a alegria vai e vem
E a beleza de julgamento carece,
Quem estaria certo?
Quem, então, está certo?

Assim, expressionistando
Assim, sem muito sentido
Assim, só mesmo tentando
Assim, me repetindo
Assim, tudo misturando
Assim, saindo do padrão
Assim, fazendo feio
Assim, sem nem ligar
Assim... Só de passagem

Há muito pesco respostas
But if fishing were easy
Não seria pescaria
It'd be called catching

Pois é, foda-se, às vezes a gente se cansa. De tudo...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Existe

um abismo entre o que a gente pensa e o que a gente sente e faz... Ainda bem.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MJ

Que permissão te dei, olhos castanhos,
para invadir assim meus pensamentos?
P'ra me distrair do mundo cinzento
E iludir este coração tacanho?

Pediste a quem licença, Mariana,
Para em minha mente tanto dançar?
E se palco não queres 'bandonar,
O que me resta a não ser aceitar?

O que queres com este jogo não sei
Sei somente o porquê dos versos vagos:
Dois olhos que se encontram sem lei

Um coração que em rimas afoga os estragos
Afinal, que poeta não gostaria de poder,
Em alguns humildes versos conquistar você?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Da burrice e do egoísmo ocultos...

O que acontece quando quem deveria ajudar atrapalha? Fode. Tudo.

Era uma vez um menino que vivia em uma terra onde as pessoas colecionavam pedras. As pedras brancas eram as mais bonitas, eles acreditavam. Quanto mais pálida e reluzente melhor. Existiam pedras por todos os lados, de todas as cores e tamanhos mas as que realmente valiam à pena estavam escondidas e eram necessários muitos anos de dedicação e estudo para que se encontrasse uma delas. Sim, claro, por vez ou outra alguns sortudos sempre achavam uma delas mas não se podia contar com isso.
A vida inteira o menino ouviu as pessoas dizerem que ele era muito inteligente e criativo. Não havia dúvidas de que ele conseguiria uma pedra das mais bonitas para que todos pudessem admirar com orgulho ou inveja. O menino então cresceu despreocupado; tinha tudo! Não cultivava inimigos e levava a vida com alegria, sonhava em viajar pelo mundo e conhecer muitas pessoas diferentes. "Oh, como é grande este mundo!" - Pensava ele. De fato, muito grande é o mundo. Inclusive, o menino até hoje cuida dos ferimentos em sua cabeça ganhos no dia em que este mundo tão bonito, diverso e cheio de pessoas interessantes caiu sem aviso prévio na sua cabeça. Num belo dia as pessoas da vila disseram que era chegada hora e que ele fosse buscar a sua pedra para que continuasse a usufruir dos privilégios da aldeia. "Vá, meu querido. Vá tranquilo, há de achar uma pedra muito bonita, tenho certeza. Lembre-se sempre que se você falhar não terá direito à brinquedos novos." - Disse sua mãe. "Vá, meu anjo, vá despreocupado. Não se preocupe que tudo há de dar certo. Deus vai te ajudar colocando uma pedra bem brilhante no seu caminho. Lembre-se somente que Deus não gosta de gente preguiçosa! Mas você é muito inteligente. Sim, sim, puxou aos pais! Um exemplo de menino." - Disse sua avó. "Te darei tudo! Navios para buscar pedras em terras distantes, cordas para escalar as montanhas mais altas, sim, sim! Não se preocupe, estarei sempre aqui para tudo que for necessário! Já posso ver, conseguirás a pedra mais brilhante já vista nas últimas dez gerações nestas terras. Sim, sim, não se preocupe, te darei também cavalos para cavalgar as distâncias e não há de ter medo. Sim, sim, vá tranquilo e despreocupado, estarei aqui torcendo." - Disse seu pai.
O menino partiu então. Nunca tinha pensado muito sobre isso mas não deveria ser tão difícil. Nunca foi de se preocupar e tudo havia dado certo até então, porque mudaria agora?
Coitado, percebeu que o mundo cheio de pessoas interessantes também é cheio de pessoas muito inteligentes. Percebeu que não era tão especial assim. Percebeu que era ordinário. Percebeu que seria muito muito difícil conseguir a sua pedra. Começou também a achar uma idiotice essas malditas pedras. "Pra que porra precisamos de uma pedra branca?" - Pensava ele. Tinha dificuldades em se concentrar em sua busca pois ela simplesmente não fazia sentido para ele. Ouvia a todo momento: "É assim mesmo, o jogo é assim, você tem que achar a pedra pra conseguir as coisas depois." Mas aquilo simplesmente parecia a quintessência da idiotice generalizada. O menino então percebeu que as pessoas estavam começando a ficar decepcionadas! Haviam dado tudo para que ele conseguisse sua pedra e ele simplesmente não conseguia se concentrar para que isso se realizasse. O menino então se vê perdido e, pior do que isso, abandonado. Abandonado? Riam todos. Você tem tudo! Todas as condições! "Não me volte sem essa pedra, moleque!". Ele tentava se concentrar mas não conseguia. As coisas começaram a girar e a se confundir e ele simplesmente não se importava mais. Mandou todos à merda e sentou e chorou. O menino não era mais inteligente, e, até mesmo um antigo hábito que costumava lhe dar prazer, já o dizem que não sabe fazer direito. Sentado, abraçando as canelas enquanto a testa suada escorregava nos joelhos, o menino chorou. Até hoje chora pensando que se crescer já é difícil, crescer sozinho é mais.





Texto vomitado de uma vez só, há algum tempo atrás.. Tava nos rascunhos há algum tempo, resolvi postar nem sei porque...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nua

Nus do mundo
de todas as preocupações
Nus de si e da consciência,
-esta que tanto nos atormenta-

Como és linda assim nua e muda
Mudando muda, dançando desnuda
Por favor, continue; me iluda
Não quero, aqui, nenhuma ajuda

Quero apenas o agora; este coincidir
Este nada entre o passado e o porvir
Quero apenas este momento
Despido do tempo

Perdendo sentidos
Não tendo medida
Dançando vestidos
Nos trajes da vida!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

?

Vamos todos, mas aonde?
O que nos aguarda no fim?
O consolo das palavras, a imensidão do vazio?
A eternidade do instante ou a fugacidade do pra sempre?

Queremos chegar? Temos escolha?
Queremos alguém que nos acolha?
Queremos o segredo do universo?
Ou somente a rima no fim do verso?

Você me quer? Quero você?
Será que nos esperam respostas?
Ou seriam apenas mais perguntas?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ouvi dizer

Que só era triste quem queria
Que só desejava mal quem não sabia
Que nem tudo era aquilo que se via

Que só falava muito quem
Não tinha nada nem ninguém
Nunca teve nem nunca quis
Perdoar, amar, aceitar... Alguém.

Que os amores todos passam
Que o tempo leva tudo...
Mas será possível que a gente esquece
De lembrar que esqueceu?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Da indiferença

Tudo tão igual, tão igualmente sem sentido. As pessoas vão e vêm, falam e fazem, vivem e morrem e nada muda enquanto as estrelas testemunham o espetáculo da mediocridade rodando, rodando, rodando, voltando sempre ao mesmo lugar, na mesma inutilidade costumeira. Gostaria de acreditar que até mesmo a menor gota contribue para a grandiosidade da torrente e que os atos pequenos fazem valer a dor maior. Gostaria de acreditar em alguma coisa, qualquer coisa na verdade. Mas tanto faz. Tanto faz aqui ou ali, isso ou aquilo, você ou ela, agora ou depois. Dá tudo no mesmo, na mesma merda exaustiva. Sinceramente, uma palavra tem me entalado a garganta ultimamente. O foda-se não parece disposto a sair e muito menos a descer.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Apenas?

Saí pra correr hoje como tenho feito ultimamente. Mais um dia, mais uma corrida, só que dessa vez, por acaso, saí atrasado por volta das 17:00 graças àquele sentimento de que é impossível largar o livro nas ultimas 50 páginas. Alonguei e fui. Fui sem querer chegar a lugar nenhum e sem querer voltar. Passei pelos cachorros abandonados, pelas pessoas sem casa pra morar, - também conhecidos como "pedintes" ou "mendigos" - pela inocência da infância que brincava na esquina, pelo conformismo da idade que sentava na praça... Era apenas mais um dia, todos sabiam. Por quê não seria?
Parei ofegante mais ou menos no meio da curva da orla de Itapuã que já inspirou tantos e sentei num banco quebrado. Enquanto tentava recuperar o fôlego percebi que algo maravilhoso acontecia à despeito de tudo. Sem se importar com meu cansaço, sem se importar com o cachorro que se arrastava com 3 patas, com o casal apaixonado mais à esquerda. Com o dia do vestibular ou as bandas do próximo carnaval... O sol se punha apenas por se pôr, apenas por que é isso que ele faz. Mudava o mundo de cor à seu bel prazer, azul, amarelo, laranja... Deslizando sem pressa no horizonte. De repente me dei conta de que meus olhos estavam vazando. Não conseguiram absorver tamanha poesia e transbordaram. Que prepotência minha querer registrar um milagre no córtex... Voltei para casa no escuro.

Apenas mais um dia. Afinal, o sol se põe todo dia... Mas quem foi que disse que apenas mais um dia é pouco?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Por onde anda a onda...

Sentado na prancha, olhando o céu sem pensar em nada. - O que inclusive é o maior motivo pelo qual eu surfo, consigo tirar férias da minha mente por algumas horas e realmente não pensar em NADA. - Era um dia nublado e cinzento. As ondas dançavam seu típico vai e vém enquanto a chuva caía num frio maldito. Fazia algum tempo que nenhuma onda aparecia e eu já estava cogitando a possibilidade de sair quando de repente, ao longe, avisto a série crescente. A típica reação dos surfistas em volta é imediata: alguns "uhuuus" e todos remando para a frente. Mas algo mais chamou a minha atenção; algo mais que não se vê todo dia. Um senhor, por volta dos seus 45 anos, até então bastante sério e reservado, coloca a língua pra fora arregala os olhos e abre um sorriso de criança; um sorriso de criança que descobre seu brinquedo predileto pela primeira vez. Um sorriso sincero... Me lembrou que sorrisos como aquele são o maior motivo que eu encontrei até hoje para viver essa vida...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

4 pequenas reflexões...

Aprenda a ouvir o silêncio. É uma música e tanto...

Ainda não inventaram as palavras para descrever o ato de viver. Nem de longe.

Aprendi que felicidade é apenas um estado de espírito e apesar de não ter descoberto como mantê-lo, descobri que é possível.

As pessoas nem sempre entendem a mesma coisa do mesmo jeito.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Do básico...

Entregar. Entregar-se à tentação, ao cansaço ou à ambição? Entregar-se ao esquecimento, ao outro, à comodidade? Ao conforto do nada e da falta de perspectiva? Ou entregar-se ao turbilhão da ambição e da busca? Tanto faz, a entrega é a mesma. É entregue a vida, o amor. Dá-se tudo hoje em dia, mais do que se devia. Pior ainda, a entrega é feita sem questionamento algum; simplesmente dá-se. Sem esperança de retorno. Descartável. Somos todos descartáveis. Desagradável, não? De repente fica tudo tão sem graça, tão homogêneo. Somos todos tão humanos! Demasiadamente humanos! Cheios de pretensões e perguntas, quando, na verdade, não existem respostas. Quero dizer, minto, até existem, mas só porque fizemos as perguntas. Porra. É foda...
É foda.

domingo, 13 de junho de 2010

Fazer o quê?

A vida é assim mesmo
Eterna luta interna
Intensa luta externa

A vida é assim mesmo
Esse tempo que passa
Esse tempo que mata

A vida passa sem ninguém ver
Acontece sem ninguém saber
É assim mesmo, ela se vem,
Ela se vai. Cresce e se esvai

É assim mesmo; é muito estranha
A gente se ocupa, se distrai
Se entristece, se entorpece, sonha...
Minha vida, meu deus, já se vai...

sábado, 5 de junho de 2010

Da névoa...

Cá estava eu atrás de algo sobre o que escrever mas as idéias parecem se esconder em meio à névoa... A névoa que está por trás de tudo e esconde tudo atrás de si. Ah, essa névoa platônica que torna a "realidade" tão fugidia, tão imaterial... A realidade se esfrega na nossa cara, arranha os olhos, faz sangrar. Que pena estarmos tão anestesiados... A gente sangra, sangra, sangra e não sente nada e quando se dá conta já está cego. Cego, surdo, mudo e imóvel; estático. A gente então continua caminhando, vê que foi besteira, que cego que nada, olha como é real esta flor! Este beijo, este amor! Olha o canto dos passarinhos, a brisa do mar, o calor do sol, como alguém tem coragem de dizer que não é real?
Estamos todos cegos... Tateemos então. Imensos, imponentes, abaixemos e tateemos.
Cuidado para não tropeçar...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Da insanidade... (nossa de cada dia...)

É perigoso. É perigoso ficar sozinho. As coisas ganham outra dimensão, os pensamentos se chocam na confusão da mente, somando-se, multiplicando-se, fundindo-se; inexplicavelmente. As pessoas perdem sua importância, as idéias ficam maiores, deturpando-se, entortando-se, deformando-se numa massa disforme, intangível, incompleta, impossível, impessoal, vazia e... íntima. A massa suplica por adjetivos que não conseguirão definí-la jamais.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Insônia

O sol já se foi. Foi deitar-se em seu berço âmbar, antecipando o novo dia que o espera. Já as horas... Estas se arrastam. Arrastam-se como se não quisessem ir. Como se fizessem o mínimo esforço apenas para que o tempo não pare, debochando da minha impaciência... A lua cheia lá fora chama a atenção dos mais atentos. Engraçado, estes mais atentos geralmente são considerados os mais "distraídos"... Enfim, tenho pensado... Pensado que talvez fosse possível. Que talvez eu invejasse...Talvez, quem sabe, se eu tentasse. Mas talvez eu não queira. Talvez eu não queira, mas eu acho que talvez eu queira querer. Querer querer na verdade, talvez seja a essência de tudo. Quando se quer querer alguma coisa a gente acaba querendo mesmo que sem querer. E aí tudo fica tão mais facil. Tão mais simples...
Não sei, como já disse, tenho pensado... Pensado nela, neles, naqueles e naquilo. Em como tudo é tão ralo, vazio... Dizem que os olhos são a janela da alma, pois então de tanto olhar a lua acho que ela tem roubado uns pedaços da minha. Dizem também que só quem ama tem ouvido capaz de ouvir e de entender as estrelas. Aprecio solitário mais uma sessão de cinema mudo...
As coisas não mais se vão como iam em outros tempos e os clichês parecem inevitáveis. Não sei, ultimamente tenho chegado a uma conclusão. Acho que sou burro. Mas quer saber? Pelo menos assim qualquer coisa é tão interessante...

sábado, 15 de maio de 2010

Oblivion

Nada. Nada há, nada haverá. Nunca houve nem nunca há. E, na verdade, há tanta coisa. Tanta coisa que nao se vê e que há independentemente do que há em volta. Ah, como há memórias, desejos, expectativas... Hão, no entanto, de nunca haver como tudo que há sem haver. Ah, como há arrependimentos, desespero, conformismo... Como há... falta de inspiração? A gente até acha que vai ser, que pode ser, se a gente tentar, se a gente tiver... sorte? Ah, como são confusos estes tempos...

É... Falta alguém... Alguém para fazer haver o que não há. Será que alguém já reparou como certas pessoas conseguem fazer haver algo que na verdade não há? Quão mágico não é isso? Algo que não há antes da pessoa e que, ainda assim, sempre houve sem haver! É... Talvez seja essa a definição de a-m-o-r... Fazer haver o que não há...

Mas que sabemos nós, eu ou você, eles ou elas? Nada. Nada sabemos...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tão-Realidades...

Li outro dia um pequeno texto com a definicao das auto-realidades por uma escritora extremamente talentosa. Ela dizia que nao consegue escrever sobre eventos simples que despertem outros sentimentos ou reflexoes mais profundas e tinha a tendencia de se esconder destes assuntos ou acontecimentos. Talvez as reflexoes nao pudessem ser examinadas a luz da sociedade e suas convencoes, talvez somente no tao-intimo, aconchegante e protegido - por que nao? - amago da mente estas reflexoes pudessem acontecer livremente. Bom, nao sei. So sei que me identifiquei com o texto.. Me identifiquei com aqueles momentos em que algo acontece e de repente voce faz milhares de conexoes instantaneas e rapidas demais para passarem pela censura do nosso cerebro moldado a sociedade e voce percebe que pensa coisas que nao sabia que pensava... Preconceitos que nao sabia que carregava, ou quem sabe, seria capaz de formular... Mas depois pensei que na verdade nao eh tao dificil escrever sobre esses sentimentos... Na verdade, creio que estes sentimentos sejam muito mais dificeis de NAO serem expressos, pois eles moldam a nossa pessoa. Somos um conjunto extremamente complexo de todos os nossos pensamentos que ja tivemos, todas as sensacoes que sentimos, algo simplesmente superior diante da simplicidade das palavras que mal conseguem explicar independente da nossa forca de vontade.. Cada palavra que dizemos, cada tao realidade que decidimos nao falar sobre, ou falar sobre, cada pensamento confuso sobre cada tao realidade sao na verdade definidos, em parte eh claro, pelas outras reflexoes sobre as outras previas tao realidades... Enfim, talvez a gente fale mais sobre os nossos medos e vergonhas do que a gente pensa...
"Se eu quisesse sacudir esta arvore com as minhas maos nao poderia; mas o vento que nao vemos açoita-a e dobra-a como lhe apraz. Tambem a nos maos invisiveis nos açoitam e dobram rudemente". - Assim falou Zaratustra.