sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tão-Realidades...

Li outro dia um pequeno texto com a definicao das auto-realidades por uma escritora extremamente talentosa. Ela dizia que nao consegue escrever sobre eventos simples que despertem outros sentimentos ou reflexoes mais profundas e tinha a tendencia de se esconder destes assuntos ou acontecimentos. Talvez as reflexoes nao pudessem ser examinadas a luz da sociedade e suas convencoes, talvez somente no tao-intimo, aconchegante e protegido - por que nao? - amago da mente estas reflexoes pudessem acontecer livremente. Bom, nao sei. So sei que me identifiquei com o texto.. Me identifiquei com aqueles momentos em que algo acontece e de repente voce faz milhares de conexoes instantaneas e rapidas demais para passarem pela censura do nosso cerebro moldado a sociedade e voce percebe que pensa coisas que nao sabia que pensava... Preconceitos que nao sabia que carregava, ou quem sabe, seria capaz de formular... Mas depois pensei que na verdade nao eh tao dificil escrever sobre esses sentimentos... Na verdade, creio que estes sentimentos sejam muito mais dificeis de NAO serem expressos, pois eles moldam a nossa pessoa. Somos um conjunto extremamente complexo de todos os nossos pensamentos que ja tivemos, todas as sensacoes que sentimos, algo simplesmente superior diante da simplicidade das palavras que mal conseguem explicar independente da nossa forca de vontade.. Cada palavra que dizemos, cada tao realidade que decidimos nao falar sobre, ou falar sobre, cada pensamento confuso sobre cada tao realidade sao na verdade definidos, em parte eh claro, pelas outras reflexoes sobre as outras previas tao realidades... Enfim, talvez a gente fale mais sobre os nossos medos e vergonhas do que a gente pensa...
"Se eu quisesse sacudir esta arvore com as minhas maos nao poderia; mas o vento que nao vemos açoita-a e dobra-a como lhe apraz. Tambem a nos maos invisiveis nos açoitam e dobram rudemente". - Assim falou Zaratustra.

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