quinta-feira, 20 de março de 2014

Das mulheres...

Há um tempo que eu tenho essa teoria e aproveitando a visita da fada da insônia resolvi sentar aqui e ver se escrever os meus pensamentos pode me retornar o sono como o fazia outrora.

Toda mulher tem uma coisa. É sempre uma e não mais.

Veja bem, toda mulher tem várias coisas, mas existe sempre aquela que há de unificar todas as outras coisas. Aquela característica que se sobressai à todas as outras e que faz com que você se apaixone perdidamente, ou não. Aquela idiossincrasia que te faria atravessar um mar a nado com os pés amarrados. Aquele detalhe que mexe com o seu interior sabe-se lá por que diabos.
Perceba que Maria tem um sorriso lindo, umas pernas de enlouquecer qualquer cristão e uma voz doce de jabuticaba. Mas aquela pinta no rosto... Puta que pariu, aquela pinta mexe comigo.
Joana tem os cabelos mais lindos que já vi e olhos que penetram fundo como a perscrutar a alma incauta. Mas aqueles lábios... Puta que me pariu, aqueles lábios não existem.
Veja bem, cada mulher é infinita. Cada indivíduo enxergará cada mulher de uma forma diferente e verá o "uma coisa" diferente. Assim, existe a Joana dos lábios para um e a Joana das sobrancelhas para outro. Pode ser a Maria que pronuncia os "R"s de um jeito engraçado ou a Maria que já leu todos os livros do Simenon. Invariavelmente, no entanto, todas terão A coisa. Pode ser algo pequeno ou grande, realmente não importa. A questão é apenas que essa coisa identifica a mulher no meio de todas as outras. É como aquela pequena parcela de individualidade inexorável; uma impressão digital da alma, vá lá, se quisermos ser poéticos. É a gota d'água que faz o copo transbordar; é o golpe de misericórdia no coração distraído.

Descubra, portanto, A coisa da sua mulher. Pelo tempo em que essa coisa te exercer fascínio, não se preocupe. Você ainda está apaixonado.

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